MAIO: MÊS DA PREVENÇÃO DO CANCRO DA PELE

PREVENÇÃO DO CANCRO DA PELE
PREVENÇÃO DO CANCRO DA PELE

 

O CANCRO DA PELE NÃO-MELANOMA

O cancro de pele tem origem nas células, a unidade básica do organismo. Normalmente, as células da pele crescem e dividem-se para dar lugar a novas células.

Diariamente, as células da pele envelhecem e morrem e são substituídas por novas células. Por vezes, este processo sistemático corre mal, formando-se novas células sem que a pele tenha necessidade delas, e sem que as células envelhecidas morram quando deviam. Este excesso de células pode formar uma massa de tecido designada por neoplasia ou tumor.

 

COMO EXAMINAR A SUA PELE

O médico, ou enfermeiro, pode recomendar-lhe que examine regularmente a sua pele para verificar se existem potenciais indicadores de cancro de pele, incluindo o melanoma.

A melhor altura para o fazer é depois de tomar duche ou banho. Deverá observar a sua pele num quarto com muita luz, utilizando um espelho grande que lhe permita ver o corpo todo e um espelho de mão. O melhor será começar por saber onde estão localizados os seus sinais, manchas, verrugas e outras marcas (mesmo as que nasceram consigo) e qual é o seu aspecto habitual e a sua sensação ao toque.

Procure algo de novo:

  • Novos sinais (que tenham um aspecto diferente dos outros)
  • Novas manchas avermelhadas ou escuras, descamativas e que possam apresentar algum relevo
  • Uma nova protuberância, sólida e da cor da pele
  • Alterações ao tamanho, formato, cor ou ao toque de sinais já existentes
  • Uma ferida que não cicatriza
  • Observe-se da cabeça aos dedos dos pés, não se esqueça das costas, do couro cabeludo, da região genital e entre as nádegas.
  • Observe a face, o pescoço, as orelhas e o couro cabeludo. Poderá utilizar um pente ou um secador para afastar o cabelo e conseguir ver melhor.
  • Pode também pedir a um familiar ou amigo que o ajude a observar o couro cabeludo, pois pode ser difícil fazê-lo sozinho.
  • Observe a parte da frente e de trás do seu corpo no espelho. Depois levante os braços e observe o lado esquerdo e o lado direito.
  • Dobre os cotovelos. Observe atentamente as unhas, as palmas das mãos, os antebraços (incluindo a parte interna) e os braços.
  • Observe as pernas e a região em redor dos genitais e entre as nádegas, de vários ângulos (trás, frente e de lado).
  • Sente-se e observe de perto os seus pés, incluindo as unhas, a planta do pé e os espaços entre os dedos.
  • Ao observar a sua pele regularmente fica a conhecer o aspeto normal dos seus sinais ou manchas. Também poderá assentar as datas em que examinou a sua pele, ou até tirar notas sobre o seu aspeto. Se o médico tiver tirado fotografias da sua pele, pode compará-las com a sua própria pele para o ajudar a detetar alterações. Consulte o médico se notar algo fora do normal.

 

QUEM ESTÁ EM RISCO

Sabemos que o cancro de pele não é contagioso, ou seja, não pode “apanhá-lo” de outra pessoa.

As investigações têm revelado que as pessoas com determinados fatores de risco estão mais predispostas que outras a desenvolver cancro de pele. Um factor de risco é algo que pode aumentar a probabilidade de alguém vir a desenvolver uma doença.

Alguns estudos determinaram os seguintes factores de risco de cancro de pele:

  • Radiação ultravioleta (UV): A radiação UV vem do sol, lâmpadas ultravioleta, solários horizontais ou verticais. O risco de desenvolver cancro de pele está relacionado com a exposição a radiação UV durante a vida. A maioria dos cancros de pele aparece após os 50 anos, embora o sol comece a danificar a pele em idades mais jovens e possam surgir cancros de pele em idades jovens.
  • A radiação UV afeta-nos a todos. As pessoas de pele clara que fica facilmente sardenta ou queimada apresentam um risco acrescido. Em geral, estas pessoas também têm cabelo ruivo ou louro e olhos claros. No entanto, as pessoas com tons de pele mais escuros também podem vir a sofrer de cancro de pele.
  • As pessoas que vivem em zonas com alto teor de radiação UV apresentam risco acrescido de vir a sofrer de cancro de pele. As populações que vivem nas montanhas também estão expostas a níveis mais elevados de radiação UV.
  • A radiação UV está presente mesmo em dias frios ou com nevoeiro.
  • Cicatrizes ou queimaduras na pele
  • Infeção por determinados vírus do papiloma humano (HPV)
  • Exposição a arsénico no local de trabalho
  • Inflamação crónica da pele ou úlceras da pele
  • Doenças que tornam a pele sensível ao sol, como xeroderma pigmentoso, albinismo e síndrome nevo basocelular
  • Radioterapia
  • Estados de saúde ou fármacos que suprimem o sistema imunitário
  • Antecedentes de um ou mais cancros de pele
  • Antecedentes familiares de cancro de pele
  • Queratose actinica: manifesta-se como pápula ou placa vermelha, com uma escama aderente, localizada nas áreas da pele cronicamente expostas ao sol, especialmente a face e as mãos. As neoplasias podem ter um aspecto rugoso e avermelhado ou apresentarem-se sob a forma de manchas castanhas na pele e fissuras ou zonas de descamação no lábio inferior que não cicatrizam.
  • Sem tratamento, uma pequena percentagem destas neoplasias pavimentosas pode evoluir para carcinoma pavimentoso ou espinocelular.
  • Doença de Bowen: A doença de Bowen apresenta-se sob a forma de mancha descamativa ou espessa que pode evoluir para carcinoma espinocelular.
  • Se pensa que pode estar em risco de ter cancro de pele, deve falar com o seu médico, que lhe poderá sugerir formas de reduzir o risco e elaborar um calendário para a realização de consultas de vigilância.

 

FORMAS DE PREVENÇÃO

A melhor forma de prevenir o cancro de pele é proteger-se do sol. As crianças, em particular, devem ser bem protegidas. Os médicos recomendam a todas as pessoas que limitem o tempo de exposição ao sol e evitem outras fontes de radiação UV.

  • Sempre que possível, deve evitar a exposição sol do meio do dia (do meio da manhã até ao fim da tarde). Também se deve proteger da radiação UV refletida pela areia, água, neve e gelo. A radiação UV pode atravessar roupas finas, para-brisas, janelas e nuvens.
  • Procure usar roupa com mangas e pernas compridas de tecido forte, um chapéu de aba larga e óculos de sol que absorvam as radiações UV.
  • Utilize loções com protetor solar. Os protetores solares podem ajudar a prevenir o cancro de pele, especialmente os de largo espectro (filtram os raios UVB e UVA), com um fator de proteção solar (FPS) de pelo menos 30. Apesar do uso destes protetores, deve evitar a exposição prolongada ao sol.
  • Não se recomenda o uso de lâmpadas ultravioletas e de solários.

 

O TRATAMENTO DO CANCRO DA PELE NÃO-MELANOMA

Por vezes, durante a biópsia, é removida a totalidade do tumor. Nestes casos, pode não ser necessário mais tratamento. Caso necessite de mais tratamento, o seu médico falará consigo sobre as opções existentes.

O tratamento do cancro de pele depende do tipo de tumor, do seu estadio de evolução, do seu tamanho e da sua localização, bem como do seu estado geral de saúde e antecedentes clínicos. Na maioria dos casos, o objectivo do tratamento é remover ou destruir completamente o tumor.

Antes da consulta, é útil fazer uma lista das perguntas que quer fazer. Para ser mais fácil lembrar-se do que o médico disse, pode tomar notas ou utilizar um gravador. Alguns doentes preferem estar acompanhados por um familiar ou amigo quando falam com o médico.

O médico pode encaminhar o doente para um especialista ou o próprio doente pode pedir-lhe que o faça. Os especialistas que tratam o cancro de pele são os dermatologistas, os cirurgiões e os radioterapeutas.

 

Obter uma Segunda Opinião

Antes de iniciar o tratamento, o doente pode querer ouvir uma segunda opinião acerca do diagnóstico, do estadio da doença e do plano de tratamento. Reunir os resultados dos exames médicos e preparar-se para consultar outro médico pode demorar algum tempo. Na maioria dos casos, um breve atraso não diminui a eficácia do tratamento. Para ter a certeza, deve falar com o seu médico sobre este atraso no início do tratamento. Algumas pessoas com cancro de pele necessitam de tratamento imediato.

Existem várias formas de encontrar um médico para obter uma segunda opinião:

O seu médico pode encaminhá-lo para um ou mais especialistas. Nos centros de oncologia, é prática comum os diferentes especialistas trabalharem em equipa.

Poderá querer colocar ao médico as seguintes questões antes de iniciar o tratamento:

  • Qual é o estadio de evolução da doença?
  • Quais são as minhas opções de tratamento? Qual é que me recomenda? Porquê?
  • Quais são os benefícios esperados para cada tipo de tratamento?
  • Quais são os riscos e os possíveis efeitos secundários de cada tratamento? O que podemos fazer para controlar os efeitos secundários?
  • O tratamento irá afectar a minha aparência? Se o tratamento afectar a minha aparência, um cirurgião plástico ou reconstrutivo pode ajudar-me?
  • De que modo o tratamento irá afectar a minha actividade normal? Em caso afirmativo, durante quanto tempo?
  • Qual é o custo estimado do tratamento? Este tratamento é comparticipado pelo meu seguro?
  • Com que frequência irei necessitar de realizar consultas de revisão?
  • Um ensaio clínico (estudo de pesquisa) será apropriado para mim?